quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Dores nas pernas

Claudicação Intermitente

O que é claudicação intermitente?
É a dor que aparece geralmente na panturrilha (batata da perna) durante uma caminhada. Esta dor costuma desaparecer quando a pessoa pára de andar e descansa, retornando assim que a mesma volte a caminhar. A claudicação intermitente é um sintoma muito comum em quem têm problemas de circulação arterial nas pernas, e quanto mais curta for à distância percorrida até o seu surgimento, mais significativa é a doença circulatória.

O que causa a claudicação intermitente?
A claudicação intermitente acontece pela diminuição da circulação do sangue nas pernas, causada pelo “entupimento” progressivo dos vasos sanguíneos chamados de artérias. Esse entupimento ocorre, pelo aparecimento e crescimento de placas de gordura na parte interna das artérias (aterosclerose). Isso diminui o diâmetro interno das artérias e, assim, menos sangue e oxigênio conseguem chegar às pernas, o que causa a dor.

Quantas pessoas têm claudicação intermitente? Em que idade ela é mais freqüente?
Aproximadamente 5% das pessoas têm claudicação intermitente. Ela aparece principalmente entre os 55 e 60 anos de idade, por causa da aterosclerose. Porém, quando a claudicação intermitente aparece em pessoas mais jovens, isso pode ser um sinal de outras doenças menos comuns como a Tromboangeíte Obliterante (inflamação das artérias relacionada ao uso de cigarros), o entrelaçamento da artéria poplítea (alterações congênitas da musculatura da perna) e o cisto da artéria poplítea, entre outras.

O que pode aumentar a chance da pessoa ter claudicação intermitente?
Como uma das principais causas da claudicação intermitente é a aterosclerose, tudo aquilo que aumente a chance desta doença aparecer também aumentará o risco de claudicação intermitente. Entre os fatores de risco mais importantes podemos citar: o fumo, os altos níveis de colesterol e triglicérides (tipos de gorduras) e açúcar (diabete melito) no sangue, pressão alta (hipertensão arterial), idade acima de 45 anos para homens e de 55 anos para mulheres e história de morte súbita antes dos 55 anos para o pai e antes dos 65 anos para a mãe.

O que acontece com quem tem claudicação intermitente?
No início do problema e nos casos mais leves, a dor nas pernas costuma desaparecer quando a pessoa descansa ou diminui o esforço da caminhada. Com o passar do tempo, ela começa a sentir dor depois de andar cada vez menos (por exemplo, antes sentia dor após andar 300 metros e agora sente aos 150 metros), mas a dor ainda passa com o descanso. Depois disso, a dor continua mesmo no descanso e piora a noite, obrigando a pessoa a ficar com o pé para baixo ou “pendente” para sentir menos dor (deixando o pé para baixo, fica um pouco mais fácil do sangue chegar ao pé, e a dor tende a diminuir um pouco). Esse é um estágio já avançado da doença e necessita de tratamento endovascular ou cirúrgico. Nos casos mais graves, a falta de sangue e de oxigênio é tão grande que partes da perna ou do pé (no começo os dedos dos pés, depois podendo avançar para o ante-pé e o restante da perna) podem gangrenar se a pessoa não for tratada adequadamente.

Quais são os tipos de tratamento da claudicação intermitente?
Há vários tipos de tratamento, e a escolha vai depender da gravidade do problema e se a pessoa tem ou não outras doenças associadas. De qualquer forma, sempre é fundamental que o indivíduo (caso seja fumante) pare de fumar. Os casos mais leves são tratados com medicamentos que dilatam os vasos (assim, mais sangue e oxigênio passam), chamados de vaso-dilatadores. O colesterol e os triglicérides são tratados com medicamentos que diminuem seus níveis por exemplo as estatinas e ainda os que diminuem a tendência de formação de coágulos (por exemplo, inibidores da enzima de conversão) como o AAS.

Porque é bom caminhar mesmo tendo claudicação intermitente?
A caminhada é um dos exercícios mais benéficos e quase todos podem praticar. Quando ela é feita adequadamente e sob orientação médica, ajuda a aumentar a capacidade de funcionamento do coração, dos pulmões, e também dos músculos das pernas. A caminhada fortalece esses músculos, facilitando o bombeamento de sangue e a chegada de oxigênio para as pernas. Para aqueles que não praticam exercícios físicos e têm vida sedentária, recomenda-se que nos primeiros dias a caminhada seja “leve” e feita durante cerca de 10 minutos, no mínimo três vezes por semana.

Depois, pode-se aumentar progressivamente o tempo da caminhada (por exemplo, primeira semana = 10 minutos por dia; segunda semana = 15 minutos por dia, e assim sucessivamente até se atingir cerca de 30 minutos de caminhada por dia), durante pelo menos três vezes por semana. Lembrar que a caminhada, como qualquer outro exercício físico, não deve ser feita em jejum (por isso, sugere-se que a pessoa coma alguma coisa “leve” antes do exercício). Deve-se caminhar tranqüilamente, sem “exagerar”, pois o excesso de esforço físico também pode causar problemas de saúde. É importante dizer que, quando se interrompe esse ritmo semanal de caminhada, por qualquer que seja o motivo, a pessoa deve recomeçar (por exemplo, primeira semana = 10 minutos por dia, etc...), com calma e sempre com orientação do seu médico.

Quem tem claudicação intermitente pode ter outras doenças?
Sim, porque a causa principal da claudicação intermitente, a aterosclerose, pode afetar não somente a circulação do sangue nas pernas, mas também a de outros órgãos. Como exemplo mais grave temos a falta de circulação de sangue no cérebro (isquemia cerebral), infarto do coração e arritmias (o coração bate irregularmente), pressão alta e mal funcionamento dos rins, entre outros problemas.

É importante se exercitar!
Mesmo no dia-a-dia, você também pode se exercitar de uma forma fácil e leve. É só não exagerar! Por exemplo, em vez de você subir ou descer um andar de elevador ou de escada rolante, faça isso a pé pelas escadas (caso não haja contra-indicação médica). Vá à padaria ou ao jornaleiro perto da sua casa a pé em vez de usar o carro. O exercício ajuda também a perder peso, a controlar o problema de colesterol e também o diabete. Exercite-se e tenha uma vida mais saudável!

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