Como é sabido, os exercícios são fundamentais para o bem estar do ser humano. A máquina humana necessita de atividades físicas para manter o equilíbrio, harmonia e regulagem dos nossos vários sistemas e não raro somos obrigados por ordem médica a realizarmos caminhadas regulares, perder peso ou praticar alguma forma de exercício para mantermos o nosso equilíbrio. | |||||||
Devido a isto estamos expostos às mais variadas doenças do aparelho locomotor, sejam atletas profissionais ou os chamados atletas de fins de semana e ainda pessoas que trabalham em pé ou andam muito por longos períodos. | |||||||
Os nossos pés são o meio de contato com o solo, são responsáveis pela absorção do impacto e distribuição do nosso peso quando corremos ou mesmo durante a marcha normal. Durante o apoio do pé no solo nem toda a planta do pé mantêm contato com o chão, temos um triângulo com três pontos que dá sustentação durante a marcha, posteriormente o osso calcâneo, na inserção da fáscia plantar e 2 apoios na parte anterior do pé que são as cabeças do 1º e 5º metatarsos. | |||||||
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É importante fazermos a distinção entre fascite plantar e o esporão de calcâneo. O esporão é um crescimento ósseo que ocorre no osso calcâneo e localiza-se adjacente à fascia plantar. Antigamente um dos tratamentos era a resseçção cirúrgica do esporão e sabemos hoje que a presença ou ausência, bem como o tamanho do esporão plantar do calcâneo não é a causa da dor. | |||||||
Pessoas com peso excessivo ou que necessitam trabalhar em pé ou andar por longos períodos são considerados de alto risco em apresentar a FP. | |||||||
Alterações na formação do arco dos pés (queda ou acentuação do arco, conhecidos como pé chato ou pé plano) também são fatores causais da doença. | |||||||
A queixa mais comum é a dor no calcanhar ao levantar-se no período da manhã e que melhora após algum tempo, dor intensa a tal ponto que o paciente tem que andar muitas vezes na ponta do pé. | |||||||
De maneira geral o quadro clinico é crônico, com duração de vários meses e acompanhado por períodos variáveis de remissão expontânea. | |||||||
Os exames de radiografias simples podem ou não mostrar um esporão ósseo, sendo a ultrassonografia um método importante de avaliação da integridade e qualidade da fáscia plantar. | |||||||
O tratamento inicialmente é sempre conservador, isto é, medicação com antiinflamatórios, uso de palmilhas para absorção do impacto, fisioterapia com exercícios para alongamento da fáscia plantar. Deve-se suspender as atividades de corrida ou longas caminhadas e perder qualquer peso excessivo. | |||||||
Em torno de 70% dos casos o tratamento conservador traz bons resultados e naqueles pacientes que não melhoram está indicado o tratamento cirúrgico, apesar dos resultados serem discutíveis. | |||||||
A Medicina tem evoluído nos últimos tempos proporcionando novos métodos de tratamentos mais eficazes, menos invasivos e com menores riscos ao paciente. | |||||||
É o caso da Terapia por Ondas de Choque Extracorpórea (foto do aparelho Epos Ultra), que chegou recentemente ao Brasil e está sendo ministrada por ortopedistas em algumas cidades como São Paulo, Brasília e Porto Alegre. Através de um aparelho fora do corpo humano, as ondas de choque são aplicadas no local da inflamação produzindo uma neovascularização com consequente reparação do tecido inflamado. | |||||||
Ondas de choque são ondas mecânicas, acústicas e não tem relação com eletricidade e não emitem calor. O procedimento é realizado por um médico ortopedista, em 3 aplicações com intervalos semanais e duração em média de 45 minutos. | |||||||
É uma alternativa ao tratamento cirúrgico, com 90% de bons resultados no tratamento da fascite plantar.Também está indicado nos pacientes que se submeteram à cirurgia e que continuam com os sintomas (30% dos casos). | |||||||
Apresenta muitas vantagens com relação ao tratamento cirúrgico: | |||||||
- método não invasivo, sem cicatrizes | |||||||
- não requer internação hospitalar | |||||||
- não necessita de anestesia, com eliminação dos riscos da cirurgia e anestesia | |||||||
- não causa outros problemas possíveis decorrentes dos riscos cirúrgicos e anestésicos | |||||||
- não é considerado doping | |||||||
- recuperação num curto espaço de tempo | |||||||
- não requer afastamento do trabalho | |||||||
- não necessita preparo especial prévio. | |||||||
Apresenta mínimos efeitos colaterais: | |||||||
- desconforto local discreto durante a aplicação | |||||||
- aparecimento de pequeno hematoma no local da aplicação que desaparece expontaneamente em 24 horas. | |||||||
Contra-indicações em pacientes com: | |||||||
- marca-passo cardíaco | |||||||
- gestantes | |||||||
- crianças | |||||||
- pacientes com distúrbios de coagulação. | |||||||
A terapia por ondas de choque é indicada para doenças do sistema osteomuscular tais como as calcificações no ombro, as epicondilites (cotovelo de tenista ou golfista) e pseudo-artroses (fraturas que não consolidam). | |||||||
Durante o tratamento utiliza-se um aparelho de ultrassonografia que traz um "cross-hair" (mira), proporcionando durante todo o tempo da terapia a localização exata e on-line da área a ser tratada, com precisão exata do local inflamado e focando a onda de choque no ponto necessário da lesão. | |||||||
O método é comprovadamente eficaz no meio médico internacional, sendo utilizado na Europa desde 1990 com bons resultados em torno de 90% dos casos. Aproximadamente 2,5 milhões de norte-americanos apresentam FP e estima-se que 1 milhão de brasileiros procuram os consultórios de ortopedia com os sintomas da doença. | |||||||
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O ESPORÃO DE CALCÂNEO
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